quinta-feira, 31 de março de 2011

TJ-RJ mantém decisão que condena música de Tiririca por racismo

A 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio manteve nesta terça-feira (29) decisão que condena a gravadora Sony Music por causa da música "Veja os cabelos dela", composta pelo agora deputado Tiririca (PR-SP).

Sérgio Lima-2.mar.11/Folhapress
Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, durante sessão da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados
Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, durante a primeira sessão da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados

A decisão confirma sentença de 2004 que estipulava indenização de R$ 300 mil. A Câmara também determinou ontem a correção monetária retroativa desde 1997, quando o processo foi ajuizado.

A indenização, que deve ser destinada ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, foi calculada a partir lucros obtidos com as vendas do disco na época.

A ação foi movida pelas ONGs Centro de Articulação das Populações Marginalizadas, Instituto das Pesquisas das Culturas Negras, Grupo de União e Consciência Negra e Instituto Palmares.

Segundos as entidades, a música gravada por Tiririca é racista. "Essa nega fede, fede de lascar/ Bicha fedorenta, fede mais que gambá", diz um dos trechos da canção.

"Embora a expressão 'nega' possa realmente ser utilizada popularmente dentro de um contexto afetivo, sem qualquer conotação racial, no presente texto, a combinação de tal expressão com a alusão a cabelos característicos da raça negra, que são pejorativamente comparados a 'bombril de ariar panela', seguidos de referências ao 'fedor da nega', comparado a um gambá, caracteriza a ofensa indiscriminada às mulheres da etnia negra", afirma o desembargador Mario Robert Mannheimer, relator do caso, na decisão de 2004.

A gravadora diz que vai recorrer da decisão e lembra que já depositou parte do dinheiro em juízo. Tiririca não tem mais contrato com a Sony Music. O deputado também não foi colocado pelas entidades como parte do processo.

Lançado em 1996, o disco de Tiririca vendeu cerca de 250 mil cópias antes de ter 80 mil unidades recolhidas.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Na 1ª fila, Tiririca diz que 'deu para entender' trabalho de comissão

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA


Na posse como integrante da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, o deputado Tiririca (PR-SP) sentou-se na primeira fila e disse que "deu para entender legal" os trabalhos.

O humorista ainda prometeu apresentar projetos relacionados ao circo e afirmou que vai dar para "aproveitar a comissão, pois tem vivência como palhaço e sustentou seis filhos".

Ao ser questionado se trabalharia com humor disse: "humor é lá fora. Vocês confundem. O palhaço é lá, aqui tem até o negócio do decoro né?".

Ontem, o deputado mais votado do país com 1,3 milhão de votos disse à Folha que as críticas que fizeram contra ele por sua participação na comissão foram preconceituosas.

"[Preconceito] que existiu até para eu chegar aqui, mas foi o povo que me colocou aqui e a voz do povo é a voz de Deus", afirmou.

Tiririca teve a diplomação para o cargo ameaçada após suspeita de falsificar a declaração de que sabia ler e escrever. Ele foi inocentado pela Justiça depois de fazer uma prova de leitura.

Sérgio Lima/Folhapress

Na primeira sessão da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, Tiririca (PR-SP) sentou-se na primeira fila