quinta-feira, 21 de novembro de 2013

STF arquiva ação que apontava Tiririca como analfabeto

Para MP, ele não sabe ler e escrever e por isso ele não pode ser candidato. 
Supremo julgou que cassar registro da candidatura seria discriminatório.

Mariana Oliveira Do G1, em Brasília
O deputado federal Tiririca, natural de Itapipoca, morou em Fortaleza e destaca a Praia do Futuro (Foto: Vianey Bentes/Rede Globo)O deputado federal Tiririca, natural de Itapipoca,
morou em Fortaleza e destaca a Praia do Futuro
(Foto: Vianey Bentes/Rede Globo)
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (21), por maioria (10 votos a 1), arquivar a ação penal na qual o deputado Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR-SP), foi acusado de fraudar o documento de registro de candidatura ao declarar que sabia ler e escrever.
Para o MP, Tiririca era analfabeto e não preenchia os requisitos previstos em lei para ser candidato. A defesa do deputado argumentou que o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o de autorizar o registro de candidatos mesmo que tenham "rudimentares conhecimentos de escrita e leitura".
O tribunal rejeitou recurso do MP para que a ação penal continuasse e afirmou que cassar o registro de candidatura seria "discriminatório".
No fim de 2010, Tiririca foi absolvido pela Justiça Eleitoral de São Paulo. O juiz que analisou o caso entendeu que basta pequeno conhecimento da leitura e da escrita para se afastar a condição de analfabeto. Conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Tiririca provou que sabia ler e escrever.
Tiririca teve mais de 1,3 milhão de votos na eleições de 2010 e foi o deputado federal mais votado daquela eleição. Depois que o parlamentar tomou posse, no começo de 2011, o processo foi remetido ao Supremo - deputado tem foro privilegiado e só pode ser julgado pela Corte.
"Corremos o risco, de se sofisticarmos demais, criarmos um modelo eleitoral aristocrático e discriminatório."
Gilmar Mendes, relator do processo
O MP argumentou, em apelação criminal ao STF, que houve nulidade da sentença da Justiça Eleitoral de São Paulo "devido à insuficiência de fundamentação" na decisão e nulidade do processo por cerceamento da acusação, uma vez que o MP tentou juntar provas ao processo que foram rejeitadas.
O relator do processo, ministro Gilmar Mendes, votou pela rejeição da apelação do MP. Para ele, o MP não investigou devidamente e juntou ao processo notícias veiculadas pela imprensa. Gilmar Mendes argumento que Tiririca se submeteu a ditado simples e leitura, "demonstrando o mínimo de compreensão". "Apesar das dificuldades apresentadas pelo candidato, comprovou mínimo exigido de alfabetização."
Mendes disse ainda que não se pode sofisticar o processo de escolha de candidato. "Corremos o risco, de se sofisticarmos demais, criarmos um modelo eleitoral aristocrático e discriminatório."
[Se tentou barrar] a candidatura de um cidadão brasileiro com deficiências típicas de 90% da população."
Ricardo Lewandowski, ministro do STF
O ministro Ricardo Lewandowski concordou com o relator. Afirmou que se tratou de um processo "deplorável". Ele arrancou risadas no plenário ao lembrar o slogan da campanha do parlamentar: "Vote no Tiririca. Pior que está não fica."
Segundo Lewandowski, a denúncia deveria ter sido arquivada desde o começo. "Quanto dinheiro público foi gasto? Quanta energia foi gasta até a Suprema Corte se debruçar sobre elementos dessa natureza? (...) [Se tentou barrar] a candidatura de um cidadão brasileiro com deficiências típicas de 90% da população."

Somente o ministro Marco Aurélio Mello votou a favor de se reabrir a ação penal. Para ele, o deputado admitiu que outra pessoa preencheu a ficha de registro de candidatura e também seria necessário investigar a denúncia de que ele fraudou a declaração de bens.
Matéria publicada originalmente pelo Portal G1

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

STF decide se retoma ação contra Tiririca

Ministério Público Eleitoral acusa deputado de fraudar declaração de escolaridade entregue à Justiça Eleitoral em 2010

O Estado de S.Paulo
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quinta-feira, 9, se retoma o julgamento da ação penal contra o deputado Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR-SP), pela acusação de ter fraudado a declaração de que sabia ler e escrever, em 2010. O deputado foi absolvido pela Justiça de São Paulo, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu.
Tiririca chegou a fazer teste em 2010, aceito pela Justiça de SP - Dida Sampaio/Estadão - 28.05.2013
Dida Sampaio/Estadão - 28.05.2013
Tiririca chegou a fazer teste em 2010, aceito pela Justiça de SP
Para a promotoria, o deputado omitiu informações no documento público utilizado para registrar sua candidatura na Justiça Eleitoral de São Paulo, entre elas a existência de bens em seu nome e ter se declarado alfabetizado. Ainda em 2010, Tiririca, parlamentar mais votado do País, com mais de 1,3 milhão de votos, foi submetido a um teste para provar que não era analfabeto. Na ocasião, o juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, aprovou o desempenho do deputado.
A ação está na pauta desta quinta do Supremo, mas caberá ao presidente em exercício da Corte, o ministro Ricardo Lewandowski, decidir se julgará o processo. A Procuradoria Geral da República já deu parecer pela nulidade da ação.
Matéria publicada originalmente pelo Estadão.com.br

terça-feira, 16 de julho de 2013

Tiririca quer criar programa ‘Meu Trailer, Minha Vida’

Matéria publicada pela Revista VEJA

Preocupado com seus companheiros circenses, o deputado e palhaço Tiririca (PR-SP) quer que moradores de trailers também possam ser beneficiados pelo Minha Casa, Minha Vida – programa habitacional do governo federal para a população de baixa renda. Por não ter residência fixa, a classe circense não se enquadra nos requisitos para ter acesso ao programa.
No texto do projeto – o segundo apresentado pelo parlamentar neste ano –, Tiririca argumenta que as comunidades ciganas e circenses ficaram à margem do programa. Para convencer os deputados a aprovarem a proposta, Tiririca exalta a importância de seus companheiros: “São pessoas que vivem do suor do dia a dia e fazem a alegria de crianças e adultos”.
Na proposta, ele diz que o Executivo será responsável por definir os critérios da medida. Apesar de a Caixa Econômica Federal apontar dificuldades para financiar residências itinerantes, Tiririca afirma que tem se reunido com a entidade para encontrar uma maneira de colocar a proposta em vigor.
O projeto foi aprovado na semana passada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) e agora segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Como tem caráter terminativo, o tema, se receber o aval da CCJ, será encaminhado diretamente ao Senado.
(Marcela Mattos, de Brasília)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Sem espaço na tv, Tiririca decide ficar na política

Deputado do PR foi convencido por integrantes da Executiva nacional do partido a participar de mais uma eleição. Pesquisa coloca o parlamentar como bem avaliado nas classes mais baixas em São Paulo

Após ameaçar abandonar a política no fim do mandato de deputado, Tiririca (PR-SP) decidiu ficar na política. Pesou na decisão o rompimento de contrato com a TV Record, onde estava há nove anos, e a pressão feita pela Executiva Nacional do partido. Pesquisa realizada pela legenda coloca o deputado bem avaliado para diversos cargos, como deputado e senador, especialmente entre as classes mais baixas da população em São Paulo.
“Vou dar uma notícia em primeira mão. Rescendi O contrato com a Record para dar sequencia ao trabalho”, disse o deputado em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (28), na Câmara. De acordo com Tiririca, a Record não quis dar um programa para ele. Nos últimos meses, o parlamentar fazia participações no Programa de Tarde, na programação matinal da emissora. “Eles dizem que esse humor não vende. A gente sabe que o humor que está em alta é o stand up”, explicou.
No entanto, de acordo com o colunista de TV do portal UOL Flávio Ricco, a não renovar o contrato partiu da própria emissora. Com a decisão de rescindir o contrato com a emissora, Tiririca decidiu permanecer na vida pública. A partir da postura, a Executiva do PR mostrou ao deputado uma pesquisa revelando que ele poderá se eleger em diversos cenários em 2014. O futuro político, no entanto, ainda não está definido. Questionado se tentará a reeleição, ele brincou: “Nem vou dizer porque pode ser propaganda antecipada”.
Enquanto o deputado não define qual cargo vai disputar no ano que vem, o PR quer fortalecer sua imagem. Ele vai participar de uma caravana pelo estado de São Paulo a partir do próximo mês. A ideia é visitar pelas maiores 50 cidades paulistas mostrando o que fez até agora na Câmara. Mesmo tendo consciência de que não conseguiu aprovar nenhum projeto – “aqui se trabalha muito e produz pouco” -, ele quer passar a imagem de “deputado 100%”.
Já no terceiro ano do primeiro mandato, o deputado mais votado do país com 1,3 milhão de votos garante ter o respeito dos pares e da população. Os colegas, diz, dão conselhos e se mostram interessados no mandato. Já com os eleitores a relação é diferente. “Eles chegam diferente em mim do que em outros deputados. Comigo, eles já chegam chegado. Se eu faço besteira, já me chamam de ‘abestado’”, comparou.
Neste período, Tiririca destacou dois fatos do mandato. O primeiro é sua assiduidade. Ele é um dos que mais compareceu a sessões plenárias. Levantamento exclusivo da Revista Congresso em Foco revela que ele é um dos deputados mais assíduos da Casa. O outro é a possibilidade de poder ajudar a população. Ele ressaltou que a votação do salário mínimo foi o melhor projeto que ele participou da análise.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Tiririca fará reunião com executiva do PR para definir futuro

O deputado Tiririca (PR-SP), o mais votado na eleição em 2010 com 1,3 milhão de votos, pediu uma reunião com a executiva de seu partido para debater seu futuro político.

A reunião acontecerá na tarde de terça-feira (28) na liderança do PR na Câmara dos Deputados.

"O encontro, além de antecipar as bases da estratégia política para a sucessão paulista, oficializará uma posição que encerra especulações sobre o destino do deputado mais votado do Estado de São Paulo", afirma o partido em nota.

No começo do ano, Tiririca disse que queria voltar a ser só palhaço. Desiludido com a política, ele afirmou que não disputaria mais eleições e, findo seu mandato, em fevereiro de 2015, iria se desfiliar do PR.

Na metade da legislatura, Tiririca, que se elegeu com a promessa de descobrir o que faz um deputado, havia dito que já entendeu que "não dá para fazer muita coisa".

Alan Marques - 28.jun.11/Folhapress
Francisco Everaldo Oliveira Silva, 45, o palhaço Tiririca, disse que deixará a política após o fim do seu mandato
"Aqui é uma escola. Se aprende tanto ir para o caminho legal quanto ir para o 'outro caminho", afirmou o deputado, na oportunidade.

Recentemente, Tiririca apresentou o sexto disco de sua carreira, produzido paralelamente à sua atuação como parlamentar. Havia oito anos que ele não lançava um álbum novo.

Com o nome de "Direto de Brasília", o trabalho reúne 13 músicas produzidas pelo cantor --a principal delas, "Estou no poder", que conta um pouco de sua trajetória na Câmara.

Matéria publicada originalmente na Folha de São Paulo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Tiririca propõe lançar o programa Meu Trailer Minha Vida


Baseado no projeto habitacional do governo federal Minha Casa Minha Vida, o deputado Tiririca (PR-SP) apresentou a proposta de estender o modelo às populações circenses tradicionais que vivem de modo itinerante.
O deputado apresentou na Câmara o projeto de lei que cria o “Meu Trailer, Minha Vida”, estabelecendo as mesmas facilidades de financiamento para a compra das casas ambulantes.
A proposta receberá parecer pela aprovação do deputado Paulo Foleto (PSB-ES), que relata o projeto na Comissão de Desenvolvimento Urbano.

domingo, 3 de março de 2013

Tiririca grava CD em que conta sua experiência como deputado

Parlamentar mostrou na Câmara CD intitulado 'Tiririca - Direto de Brasília'.
Uma das faixas é 'Estou no Poder', que ele classifica como um 'desabafo'.


Fabiano CostaDo G1, em Brasília
Eleito deputado federal com uma votação recorde em 2010, o palhaço Tiririca (PR-SP) gravou um CD no qual conta sua experiência como parlamentar. Intitulado “Tiririca – Direto de Brasília”, o disco tem 13 faixas, das quais uma se chama “Estou no Poder”

Segundo o deputado, a música é um "desabafo" em razão das críticas que recebeu ao ser eleito, motivadas, especialmente, por acusações de que era analfabeto. O parlamentar correu o risco de não tomar posse por conta de denúncias de que ele não sabia ler nem escrever.

Um dos trechos da música diz que muitas pessoas fizeram “fofocas”, afirmando que ele não sabia ler.
“Eu cheguei no poder; todo mundo está vendo; eu cheguei no poder e agora estou podendo; me criticaram bastante, disseram que eu não sabia ler; fizeram muitas fofocas, que eu não sabia escrever; fiz o teste, passei e todo mundo viu; e os que me criticaram vão para...”, canta Tiririca na música.
Tiririca lança CD sobre sua experiência como deputado (Foto: Fabiano Costa/G1)Tiririca lança CD sobre sua experiência como deputado (Foto: Fabiano Costa/G1)
O álbum é o sexto CD de Tiririca, artista que ficou famoso no país inteiro com o hit “Florentina”. Segundo o deputado, a maioria das músicas do novo disco é de sua autoria.
Nesta terça (26), Tiririca foi tema de reportagem publicada na versão online do jornal “Financial Times”, um dos periódicos mais prestigiados do mundo.
Com o título de “Palhaço político do Brasil perde seu sorriso”, a reportagem resgatou a trajetória do humorista brasileiro e sua imersão no cenário político, nos últimos dois anos.
CD "Tiririca – Direto de Brasília" do deputado Tiririca (Foto: Fabiano Costa/ G1)CD "Tiririca – Direto de Brasília" do deputado
Tiririca (Foto: Fabiano Costa/ G1)
Segundo a publicação, Tiririca se decepcionou com a política e, desde que foi eleito, “perdeu seu sorriso”. O palhaço que virou deputado com 1,3 milhão de votos afirmou ao diário inglês que não pretende disputar a reeleição no ano que vem.
Na manhã desta terça, Tiririca visitou o comitê de imprensa da Câmara dos Deputados. Na conversa com os jornalistas, ele brincou, contou piadas e dançou ao ritmo de sua nova música.
Apesar de ter decidido deixar a vida política assim que concluir o mandato, o deputado do PR afirmou que guardará boas memórias da experiência no Congresso Nacional.
“Isso aqui é uma experiência para mim muito bacana. Saindo daqui (da Câmara), jamais vou falar alguma coisa de mal ou ruim dos colegas deputados. Eu não vou brincar. Material até tem aqui dentro se você quiser fazer humor. Foi uma experiência boa, legal”, contou o parlamentar.
Tiririca disse que nunca sofreu discriminação ou preconceito dos congressistas. "Pelo contrário", afirmou. De acordo com o humorista, ele, inclusive, é assediado pelos colegas de Legislativo. Ele contou que já deu autógrafos para deputados, filhos de parlamentares e assessores.
Matéria publicada no Portal G1

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sistema político brasileiro fez Tiririca 'perder o sorriso', afirma jornal inglês

'Financial Times' comparou o palhaço ao comediante italiano Beppe Grillo, cujo partido amealhou 25% das cadeiras do Parlamento do seu país

Bruno Lupion, de O Estado de S. Paulo
O jornal inglês Financial Times usou a experiência do palhaço Tiririca como deputado federal para criticar, em reportagem publicada nesta terça-feira, 26, a "disfuncionalidade" do "insano" sistema político brasileiro.
Tiririca, com cabelos pintados de loiro, no plenário da Câmara dos Deputados - Dida Sampaio/AE - 19/02/2012
Dida Sampaio/AE - 19/02/2012
Tiririca, com cabelos pintados de loiro, no plenário da Câmara dos Deputados
O texto afirma que o palhaço-político "perdeu seu sorriso" nos corredores do Congresso Nacional ao constatar que os parlamentares passam horas fazendo discursos, muitas vezes para um plenário vazio, e faltam com frequência às votações.
O jornal compara Tiririca, eleito deputado federal em 2010 pelo PR-SP com 1,35 milhão de votos, mais que o dobro do segundo colocado, ao comediante italiano Beppe Grillo, cujo partido amealhou 25% das cadeiras do Parlamento do seu país nas eleições deste domingo, 24.
"Você passa o dia inteiro aqui fazendo nada, apenas esperando para votar em algo enquanto as pessoas discutem e discutem", disse Tiririca ao Financial Times. O palhaço é um dos 9 deputados federais – de um total de 513 – que nunca faltou a uma votação e disse que isso é o "mínimo que (um parlamentar) deve fazer para cumprir com suas obrigações".
Ele afirma que não pretende se candidatar à reeleição, pois descobriu a resposta para a pergunta que repetia durante a sua campanha. "O que um político faz? Ele trabalha muito e produz pouco. Essa é a realidade", diz.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Desiludido, Tiririca quer voltar a ser palhaço

MÁRCIO FALCÃO
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

Deputado mais votado no país em 2010, Tiririca (PR-SP) quer voltar a ser só palhaço. Desiludido com a política, ele disse à Folha que não disputará mais eleições e, findo seu mandato, em fevereiro de 2015, irá se desfiliar do PR.

Na metade da legislatura, Tiririca, que se elegeu com a promessa de descobrir o que faz um deputado, disse que já entendeu que "não dá para fazer muita coisa".

O desalento, no entanto, não é a razão para deixar o salário de R$ 26,7 mil, verba de gabinete de R$ 97.200 e direito a apresentar R$ 15 milhões em emendas.

A justificativa é a falta de tempo para se dedicar ao que mais gosta: fazer shows (que lhe rendem mais dinheiro do que a Câmara). "Eu sou artista popular. Aqui me prende muito. A procura pelos shows é enorme e não dá para fazer", afirma ele.


Acompanhar o crescimento de sua filha de três anos é outra razão. "Esses dias ela saiu nadando, é muito massa." Pai de seis filhos, Tiririca diz que não pôde estar perto dos demais e não quer repetir o erro com a pequena.

Quando voltar aos palcos, ele promete não fazer piada sobre político. "Quando a gente está fora acha que deputado não faz nada, mas eles trabalham para caramba."

Nestes dois anos na Câmara, diz ter aprendido muito: "Aqui é uma escola. Se aprende tanto ir para o caminho legal quanto ir para o 'outro caminho" [diz não ter sido convidado a entrar]. Descobriu, porém, que política não faz parte de seu projeto pessoal.

E já deixou de lado os ternos importados (Armani e Hugo Boss) que usava para imitar boa parte dos líderes do Congresso. Adotou um visual mais moderno, que inclui paletó de veludo colorido, calça jeans e gravatas inusitadas. Agora, mandou fazer camisas personalizadas. Pediu um tecido que se adapte ao clima seco da capital.

Os novos trajes já renderam brincadeiras entre os deputados mas também ajudam Tiririca a se entrosar. No tempo em que está na Câmara, fez pelo menos oito amigos, entre eles seu candidato à presidência da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que perdeu a disputa ontem: "É um cara bacana".

Sobre o fato de ainda não ter discursado na tribuna da Câmara, desconversa: "Para falar o quê? Nenhum projeto foi aprovado. No dia que for, eu subo para agradecer".

Matéria publicada originalmente no Jornal Folha de S.Paulo