terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tiririca diz que em 1 ano fez 3 amigos e aprendeu o que deputado faz

Mais votado do país dizia na campanha desconhecer atividade parlamentar. Para ele, 'sistema da Casa é engessado por interesses políticos'.


Tiririca com pulseira que afirma ter ganhado de um índio que o visitou no gabinete (Foto: Vianey Bentes / TV Globo)Tiririca com pulseira que afirma ter recebido de
presente índio que o visitou no gabinete (Foto:
Vianey Bentes / TV Globo)
Após o primeiro ano de mandato na Câmara, o deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, o mais votado do país na eleição do ano passado (1,3 milhão de votos), afirma que terminou 2011 “feliz”, depois de um começo “difícil para caramba”.
Ele fez campanha pedindo voto aos eleitores sob o argumento de que "pior que está, não fica" e dizendo que não sabia o que fazia um parlamentar.
Em entrevista ao G1, Tiririca afirmou que, em um ano, aprendeu o que é a atividade parlamentar e fez “três amigos que são amigos mesmo” dentre os 513 deputados da Casa.
“Quando eu cheguei, nos primeiros meses, foi difícil para caramba. Foi tudo muito novo para mim, complicado. Fui pegando o jeito e hoje estou tranquilo. Estou até feliz. Eu pensei que no começo iam me tratar diferente, fiquei com medo de que dissessem: ‘É artista, tem nariz empinado’. Mas viram que sou humilde. Tenho até feito amizade. Tenho três amigos que são amigos mesmo”, contou o deputado federal mais votado do Brasil nas eleições de 2010.
Leia a matéria completa no Portal G1

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Com piadas, Tiririca preside audiência pública pela 1ª vez na Câmara

Maurício Savarese
 Do UOL Notícias, em Brasília

“E o palhaço o que é?” Ao menos nesta quinta-feira (8), há duas respostas. A primeira: é o tema de uma audiência pública na comissão de Educação e Cultura na Câmara dos Deputados. A segunda: é presidente desse encontro, com o ex-profissional circense e atual parlamentar Tiririca (PR-SP).
Foi a primeira oportunidade em que ele falou longamente na Câmara desde que tomou posse, após de ter sido eleito com mais de 1 milhão de votos em 2010 –neste ano, ele não subiu à tribuna nenhuma vez. Ele presidiu a sessão no lugar de Fátima Bezerra (PT-RN).
Confira trechos da participação de Tiririca na comissão

Em novembro, Tiririca (PR-SP) presidiu, em São Paulo, uma audiência pública também sobre a questão do circo.
No encontro de hoje, em Brasília, convocado por ele para debater a concessão de alvarás a circos, Tiririca discorreu sobre sua trajetória, ganhou afagos e se permitiu fazer algumas piadas que, se não arrancaram gargalhadas de cerca de 80 pessoas presentes, serviram para descontrair.
Tiririca admitiu ainda que os deputados “trabalham muito e produzem pouco”. Teve auxílio de um assessor da Câmara e cedeu prioridade às mulheres, por cavalheirismo não previsto pelo regimento interno.
Beirando a falta de decoro parlamentar –chamou o amigo deputado Chiquinho Escórcio (PMDB-MA) de “cara de joelho” e ironizou um convidado de sobrenome Kornowski–, Tiririca só foi ácido contra o Cirque du Soleil. “Não devemos nada a esse circo aí. Tem muito brasileiro nesse circo.”
Tiririca ameaçou criticar os colegas menos próximos. Mas desistiu no meio do caminho. “Para eles [deputados], esse palhaço vinha fazer palhaçada. Realmente eu faço. Mas não, não faço. Tem a quebra de decoro”, afirmou, para depois emendar, citando colegas de quem ficou mais próximo. “A gente brinca para caramba.”

Bandeira

Ao assumir o mandato, Tiririca disse que lutaria pelos circos, estimados em 3.000 em todo o país pela associação do setor. O deputado mais votado das últimas eleições admitiu que depois da vitória se escondeu do assédio em Guararema, no interior paulista, e que teve dificuldades no início do mandato. “Nos primeiros três meses eu estava estressado”, disse. “Eu estou me adaptando.”
Ele repetiu que ainda não sabe se disputará outro mandato. Mas já sabe o que um deputado faz, ao contrário do que sinalizou no início do horário eleitoral gratuito.
“Eu realmente sei o que um deputado faz. Trabalha muito e produz pouco. O regime da Casa é engessado. Dentro do regime é complicado. Hoje estou dando baile, aprendendo para caramba. Mas foi mais difícil”, disse.
Apesar de uma representante do setor ter afirmado que “2011 foi um ano perdido para o circo”, ele se comprometeu a continuar na defesa da bandeira.
“Para mim, o circo é tudo na minha vida. É minha educação, minha vivência. Comecei com oito anos. Um artista de circo tem de fazer quase tudo. Fui trapezista, malabarista, fiz saltos mortais, fui mágico e me firmei palhaço. Mas eu achei palhaço legal porque ficava no chão, sem risco nenhum”, contou. “Eu deixei o circo, mas o circo não me deixou.”
Ao longo de mais de três horas de audiência, Tiririca não usou nenhuma vez o costumeiro “vossa excelência”, com o qual os deputados costumam começar suas frases. E não escondeu sua empolgação com o momento. “Você não sabe o quanto eu estou feliz de ser chamado de presidente”, disse a um colega. No fim da audiência, foi além: “Como presidente, encerro os trabalhos desta sessão. Eeeee. Aííí, garoto”, concluiu.
Novas audiências devem ser realizadas em 2012 para tratar do assunto. Tiririca ainda não programou sua primeira subida à tribuna da Câmara.

Fonte: UOL Notícias